25/11/2019 às 20:44 Histórias

23/11/19 - O dia que nunca vou esquecer!

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Um dia que vai ficar marcado para sempre. O dia do jogo mais importante da minha vida, que não vi. A história começa bem antes disso. O primeiro impacto foi em 91, com nove anos e pela primeira vez no Maracanã para assistir Flamengo e Americano pelo Carioca. Futebol estreita relações e foram longos os papos com meu pai onde, muitas vezes, só escutava suas histórias e o orgulho que falava do time de 81. 

Desde o Brasileiro de 92 acompanhei as principais conquistas do Flamengo. No estádio ou pela tv está ao lado do meu pai. Lembro de pagar promessa de andar de joelhos um corredor gigante que tinha no prédio onde morávamos na época, que para um garoto de 10 anos era quase a travessia Rio-Lima. 

Aquela bola no ângulo do Pet em 2001 e meu pai aguentando um cara de 19 anos nas costas comemorando. Vi poucas vezes meu pai chorar, uma delas foi no Hexa em 2009. Bastou aquela bola do Angelim entrar para as lágrimas caírem. 

E chegou 2019. Depois de tantas frustrações na libertadores, o dia de soltar aquele grito engasgado chegou. E eu não pude gritar!  Se o profissionalismo me fez comemorar uma derrota do Flamengo na época que trabalhei no Fluminense, o mesmo me impediu de ver esse dia histórico.  Quando fecharam a data da final eu já tinha casamento agendado. E não tinha jeito. A opção era desligar o celular e não acompanhar nada do jogo para poder manter o foco. 

17h em ponto e desligo o celular. A faixa já está na mochila, a tensão está desde as primeiras horas do dia. Fiz os retratos da Rachel com calma, desligado do jogo. E achei que conseguiria me manter assim. Doce ilusão. 

Chamamos um Uber para ir para a cerimônia e obviamente o motorista estava ouvindo o jogo. Bastou bater a porta e gol do River. Pronto! Meu planejamento de ficar desligado do jogo foi pelo ralo. Ainda assim cheguei confiante na virada e que conseguiria não me ligar no jogo. Assim que cheguei fiquei sabendo que o padre, flamenguista, estava vendo o jogo na sacristia. Irmãos, se até o padre estava vendo o jogo não seria pecado eu assistir tb. Consegui ver o primeiro tempo de um Flamengo sonolento e que nada dava certo. 

Começa a cerimônia e o celular entrou em modo avião. Mas eu continuava tendo. Me concentrei na cerimônia, buscando as histórias. Mas elas também levavam ao jogo. Afinal, vários convidados estavam vendo no celular. O tempo passava! Olhei para o relógio 18h38. Um silêncio na rua e dava para ouvir as gotas da chuva batendo no chão.

De repente ouço fogos. A Ju, cerimonialista, vem na minha direção com aquele sorrisão. 1 a 1. Caralho! Sério!?!? Não consigo esconder! Alguns convidados olham para mim sorrindo. 

Na porta da igreja vejo alguém encostado com um fone de ouvido. Dou uma chegada para saber de quem foi o gol. Nesse momento sai o segundo. Gabigol eu te amo!!! Por 5min eu larguei a cerimônia nas mãos do Dufa, meu fiel escudeiro. Fiquei vendo o final do jogo. Um filme passando na cabeça. A vontade de gritar, de pular. Mas não pude. Fim de jogo e logo eu que sempre falo para as noivas não colocarem a língua no céu da boca faço isso para não chorar. Mas não tem jeito, a imagem do meu pai vem à mente. Algumas lágrimas caem e me recomponho para seguir contando a história da Rachel e do Bernardo.

E o padre? Tive o prazer de no final da cerimônia fazer o sinal de 2 a 1 com a mão e o vapo vapo. Mensagem recebida e sorriso aberto.

Triste daqueles que acham que futebol é apenas um esporte.

Obrigado Flamengo. Obrigado Gabigol. Obrigado Jesus. Obrigado pai por me apresentar o Flamengo. Comemora! Você merece! 

ISSO AQUI É FLAMENGO!

25 Nov 2019

23/11/19 - O dia que nunca vou esquecer!

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